O mercado de suínos no Brasil vem apresentando preços elevados em setembro, mesmo após algumas quedas recentes. De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os valores médios do suíno vivo atingem os maiores patamares de 2025, em termos reais, considerando o deflacionamento pelo IPCA de agosto. Esse cenário reflete um conjunto de fatores que limitam a oferta da proteína e fortalecem as cotações. Software para finanças
Um dos principais pontos que explica esse avanço é a menor disponibilidade de carne suína no mercado interno. Nos últimos meses, o número de abates foi reduzido, o que naturalmente diminui a quantidade de produto ofertado. Paralelamente, houve aumento significativo nas exportações, principalmente a partir de estados como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que concentram a maior parte das vendas externas da proteína brasileira.
Com mais carne saindo para o mercado internacional e menos oferta dentro do país, os preços tendem a subir. Essa pressão é reforçada pelo período do segundo semestre, que tradicionalmente apresenta uma demanda maior por alimentos de origem animal, seja pelo aumento do consumo nas cidades ou pela aproximação de datas comemorativas que estimulam as compras.
Pesquisadores do Cepea destacam que a soma desses fatores cria um ambiente de valorização para o setor, que consegue negociar o suíno vivo em valores acima dos observados ao longo do ano. Essa realidade beneficia produtores, que encontram margens mais favoráveis, mas também impõe desafios para o consumidor final.
Na prática, os brasileiros podem sentir no bolso o efeito dessa escalada de preços. A carne suína, considerada uma alternativa mais acessível em relação à bovina e até mesmo ao frango em alguns momentos, pode perder competitividade no prato do consumidor. Cortes como pernil, costelinha e lombo, bastante presentes na mesa das famílias e em restaurantes, tendem a sofrer reajustes.
Esse movimento também tem efeito indireto na economia doméstica: quando a carne suína encarece, muitos consumidores migram para outras proteínas, como frango e ovos, aumentando a pressão de demanda sobre esses setores. O resultado pode ser um efeito em cascata, elevando preços de diferentes itens da cesta de proteínas. Software para finanças
Em resumo, o avanço das exportações, a menor oferta no mercado interno e a demanda aquecida do segundo semestre ajudam a explicar por que o suíno vivo está nos maiores preços do ano. Para os consumidores brasileiros, isso significa que, mesmo em um momento de queda em alguns alimentos, a carne suína pode pesar mais no orçamento das próximas compras.
Fonte: capitalist